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EDUCAÇÃO INFANTIL
29 Setembro 2020
Uma obra para refletir

    Com o objetivo de incentivar o conhecimento público da obra, visando uma análise crítica da mesma, Auto da Barca do Inferno é um livro escrito por Gil Vicente publicado pela primeira vez em 1517. É uma obra com uma estrutura teatral, na qual está presente um diálogo dramático e reflexivo entre os personagens. A história é dividida em cenas, o que provoca nos leitores uma grande criatividade, fazendo-os se sentir presentes em cada situação.

    Gil Vicente foi um escritor muito importante, que é considerado o fundador do teatro em Portugal. Inspirou-se na obra do castelhano Juan del Encina e posteriormente desenvolveu seu próprio estilo de produção de peças, destacando a crítica social e a linguagem rica e variada das personagens, de acordo com sua origem e posição social. Não se sabe muito sobre sua vida pessoal, mas os estudiosos acreditam que ele nasceu em 1465 e faleceu por volta de 1536. Gil Vicente era bilíngue em português e castelhano, pela influência que o reino de Castela exercia em Portugal e esse bilinguismo se encontra presente em suas obras.

    A história se trata do destino das almas que chegam para embarcar para o inferno ou para o paraíso. Os barqueiros são o Diabo e o Anjo, que questionam às almas seus pecados e atos cometidos na vida passada. Estas, querendo embarcar para o paraíso, tentam convencê-los de que tudo o que fizeram não foi por maldade, mas um erro comum e que o simples fato de alguns frequentarem a igreja e as confissões, mereciam o perdão. O Fidalgo, arrogante; o Onzeneiro, ganancioso; o Parvo, homem sem malícia; o Sapateiro, roubava do povo; o Frade, infringia as ordens do clérigo; Brísida Vaz, prostituía mulheres; Judeu, parte do povo responsável pela morte de Jesus; Corregedor e Procurador, corruptos com a justiça; o Enforcado, achava que sua morte o levaria ao paraíso e os Cavaleiros, mortos ao defenderem o catolicismo nas cruzadas. Todos são as almas que foram julgadas.

    O livro, por trás de todas as passagens irônicas que provocam o humor, traz mensagens aos leitores, marcando as desigualdades e injustiças que a sociedade sofre, as quais acontecem há séculos. Portanto, com uma leitura reflexiva, nota-se a realidade e as consequências dos atos que praticamos, sendo punidos aqueles que são ilegais e cínicos, influenciando assim, o pensamento mútuo. Recomendo a obra para as pessoas que gostam de críticas sociais, com humor produzido pela sátira e que pretendem, com a leitura, ter uma nova filosofia de vida.

Lara Lemos Neves, aluna do 9º Ano “A”

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